No século XVI a Igreja Romana chegou ao extremo de sua crise, que já se avolumava desde o final da Idade Média. Os pilares do cristianismo estavam desestabilizados, como a Soteriologia (doutrina da salvação), a Eclesiologia (estrutura eclesiástica) e a moralidade do clero. Além de ter-se tornado comum a venda de indulgências, compra de cartas autorizadas pelo Papa que garantiriam a salvação dos crentes. A Igreja vivia um desprestígio na conduta, era comum sacerdotes terem amantes ou até mesmo filhos, além de comprarem cargos sacerdotais. Porém, a autoridade papal continuava sendo considerada inquestionável, ele e os demais clérigos, tais como os santos da Igreja eram os intercessores entre os cristãos e Deus.

Com este quadro obscuro no catolicismo, havia necessidade de uma transformação, ou seja, uma reforma, um retorno as verdades. Foi neste cenário que membros do próprio Clero e devotos começaram a questionar a conduta e doutrina da Igreja, de maneira que surgiram homens importantes como Zwinglio, Lutero e Calvino, além de mulheres, das quais se destacam Katharina Zell, Anna Reinhard e Margaret de Navarra.

O monge Lutero, com profunda crise existencial em relação à própria salvação, teve uma revelação em Romanos 1: 17, que diz : “o justo viverá pela fé”. Lutero não precisava mais das indulgências, ou seja, do “pagamento para ter o passaporte para o céu”, não precisava do Clero ou do Papa para se ligar a Deus e ser salvo, mas da fé em Cristo. Esta mensagem passou a ser defendida fervorosamente e o dia 31 de outubro de 1517 foi o marco do movimento e de forma ousada, foram fixadas as 95 teses contra as indulgências na porta Igreja do Castelo de Wittemberg. Embora tenham sido específicas contra a compra da salvação, elas já apontavam para princípios importantes da fé evangélica: somente Cristo salva, não a tradição; a fé em Jesus é suficiente e as obras são apenas consequência; o cristão pode buscar a Deus individualmente e somente Cristo é intercessor direto entre Deus e os homens.

As cinco Solas da reforma protestante

As Cinco Solas foram desenvolvidas ao longo de um processo árduo em que historiadores e teólogos definiram tais valores.

Em resposta àquilo que consideravam abusos da Igreja de Roma, anunciaram Sola Fide: somente a fé é necessária ao cristão para ser salvo; Sola Gratia: somente Deus, por seu amor e vontade salva o cristão; Sola Scriptura: somente a palavra de Deus é a autoridade para organização de doutrina na Igreja; Solus Christus: somente Cristo salva e nos liga a Deus; Soli Deo Gloria: somente Deus deve ser glorificado, pois tudo vem dele, se mantém por Ele e voltará para Ele. Que estas expressões latinas sejam mais do que simples conceitos didáticos para explicar a Reforma, que ela vivam em nossos corações!

Vivemos em um mundo cheio de reivindicações de verdades concorrentes. Todos os dias, somos bombardeados com declarações de que uma coisa é verdadeira e a outra, falsa. Dizem-nos no que acreditar e no que não acreditar. Pedem-nos que nos comportemos de um jeito ao invés de outro. Por isso precisamos fazer como os reformadores e voltar para a verdade.

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