“e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.44-45)

Quando falamos de evangelho a pergunta que precisamos fazer é: Qual evangelho? Temos visto várias expressões da religiosidade que estão sendo chamadas de evangelho. Temos o evangelho do bem-estar, evangelho da prosperidade, evangelho coach e etc. Acredito que em nossa igreja estes chamados evangelhos não tenham tanta influência sobre nós, mas mesmo assim percebo que ainda temos uma visão muito resumida do que seria o Evangelho de Jesus Cristo.

Muitas pessoas estão vivendo o Evangelho do passado e quando digo passado não estou falando de algo antiquado, mas sim de algo que influencia apenas o passado.  O passado pode ser algo de muito tempo atras como algo de um segundo atras. Estou falando do Evangelho do perdão (perdão dos pecados). Muitas pessoas olham para morte de Jesus na cruz como um antidoto para seus atos realizados, ou seja, seu passado. Os fariseus tinham essa visão da espiritualidade, mas Jesus em seu Sermão do Monte traz a lei para o nível dos desejos e dos sentimentos não só das ações, ou seja, não só daquilo que acabou de ficar no passado. 

Outros vivem um Evangelho do futuro, algo que muitas vezes parece longe demais. Esse evangelho só serve para quando eu estiver indo para o céu e não afeta de forma tão profunda o meu hoje. Como se eu tivesse esse Ticket em mãos e foi algo que ganhei pela graça e a única coisa que faço é viver a minha vida até que o dia chegue para eu utilizar meu Ticket sagrado. Como se a morte de Jesus na cruz fosse essa garantia da eternidade e nada mais, no momento certo e propicio basta lançar mão do Ticket.

Tenho ensinado que o Evangelho não apenas trata do perdão de nosso passado e da nossa esperança futura, mas também de tudo aquilo que enfrentamos hoje. Tenho proclamado e escrito repetidas vezes sobre o “agora” do Evangelho — isto é, os benefícios aqui e agora da vida, morte e ressurreição de Jesus.

Esforcei-me para manter o Evangelho como a lente através da qual vemos e entendemos tudo com o que estamos lidando entre o “já” de nossa conversão e o “ainda não” de nosso retorno ao lar celestial. E tenho labutado para ajudar as pessoas a ver como o Evangelho define o dia-a-dia de como elas se veem, como veem e se relacionam com os outros, como tomam decisões e como vivem nos lugares onde Deus as colocou.

Podemos ser restaurados pelo evangelho de Cristo Jesus, podemos ter nosso passado, presente e futuros impactados por essa boa notícia.

Pr. Lemuel Rodrigues