A misericórdia por meio do ensino
A maioria das multidões no Evangelho de Marcos estão maravilhadas com Jesus. Eles não têm necessariamente fé salvadora, mas constantemente se maravilham com ele. Eles o acham fascinante e intrigante.
Mas não em Nazaré. Marcos 6:3 diz que as pessoas “se ofenderam com ele”. Eles ficaram escandalizados com Jesus porque ele era esse menino que todos conheciam. Eles conheciam sua família. Ele era apenas um deles. Então, onde ele sai agindo tão alto e poderoso, se comportando como algum tipo de Messias?
E assim diz no v. 5: “E ele não podia fazer ali nenhuma obra poderosa, a não ser que pusesse as mãos sobre alguns enfermos e os curasse”.
Isso muitas vezes intrigou os cristãos. Por que Jesus não pôde fazer muitas obras ali? Não foi porque a falta de fé deles roubou Jesus de seu milagroso poder. Foi porque a incredulidade deles agiu contra seu propósito primordial. Ele não tinha vindo a Nazaré para fazer um show. Ele não estava lá para ser uma clínica de cura de homens. Não é por isso que ele voltou a sua cidade. Por mais que ele tivesse compaixão pelos sofredores, ele nunca foi a uma cidade apenas para aliviar o sofrimento. Quando as multidões quiseram que Jesus lhes fosse útil e nada mais, ele se recusou a atender. Ele se importava com a dor física das pessoas, mas também se preocupava e ficava ainda mais profundamente perturbado por sua incredulidade.
Quando usamos a linguagem da “compaixão”, quase sempre pensamos em atender às necessidades físicas, mas para Jesus o ensino também era um ministério de compaixão.
Considere a alimentação milagrosa dos cinco mil. Você tem todas essas pessoas ouvindo Jesus. Provavelmente é uma multidão nacionalista. Eles estão procurando por um Messias militar. É por isso que o evangelho de João diz que eles tentaram fazer de Jesus rei pela força (João 6:15). Eles estavam agitados e procurando por um líder.
Marcos 6:34 diz: “Quando desembarcou, viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor”. Jesus se compadece porque eles não têm um verdadeiro pastor para guiá-los. Então, o que Jesus faz a seguir? Como era a compaixão de Cristo naquele momento? O versículo continua: “E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Você vê a conexão? Jesus teve compaixão deles, então começou a ensinar. Ensinar a multidão não foi motivado por algo menos do que compaixão.
Ele saiu para pregar (Marcos 1:38). Ele deixou Nazaré quando eles não queriam que ele pregasse (Marcos 6:1-6). E ensinava as multidões quando as via aflitas e desamparadas, como ovelhas sem bom pastor. Para Jesus, pregar era um ministério de misericórdia.
KEVIN DEYOUNG